Mestre NO é reconhecido com NOTÓRIO SABER

A Universidade brasileira, pela primeira vez, reconhece o Notório Saber de um mestre de capoeira. Segundo o Artigo 66 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação que data de 1996, "O notório saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência do título acadêmico. Trata-se de um caminho encontrado para formalizar um título capaz de atestar conhecimento adquirido fora do ensino formal. Por notório se entende o que é de domínio público, do conhecimento de todos, sendo ele notado, conhecido, referido, respeitado e aplaudido...
Mestre Nô ou Norival Moreira de Oliveira é um expoente da Capoeira Angola no Brasil e exterior. Reconhecido no meio popular, conhecedor dos fundamentos, tradições e história da capoeira, tornou-se legitimo guardião da cultura popular e da capoeira. Como educador, trabalhou na formação de alunos, mestres e educadores populares por todo o Brasil. Seu método é cultivado desde os anos 1970 e em Florianópolis a partir de 1987. Um educador que ensina o que faz, nas rodas e na vida.
Nasceu em 1945 na vila de Coroa, Ilha de Itaparica, onde seu avô Olegário o incentivou na prática da capoeira. Em 1954, em Salvador, encontra seu primeiro mestre, Nilton, na cidade baixa - Bairro Massaranduba. Aprende e treina com outros jovens e participa de shows organizados para promover a capoeira. Em 1964, começa a ensinar depois de receber o diploma de Mestre das mãos de Nilton. Na época, o ensino se dava em pequenos grupos. Logo criou o grupo Academia de Capoeira Angola Retintos (1964-1969) e em 1969 muda para Associação de Capoeira Angola Orixás da Bahia (1969-1979). Neste momento, seu trabalho desloca-se para um bairro nobre de Salvador, Pituba, onde ensina discipulos de diversas classes sociais. Em 20 de novembro de 1979, funda a Associação Brasileira Cultural de Capoeira Angola Palmares (ABCCP). É o responsável pela formação de mestres como: Alabama, Marretinha, Sergipe, Periquito, Braulino, Macaô, Nelson, Dunga, Lázaro, Lincoln, Valdir Axé, Alemão, Sabiá, Dindo, Calunga (Florianópolis), Gerry (Florianópolis), Polegar (Florianópolis), Khorvão (Florianópolis) entre outros. Este trabalho no sul do país acontece desde 1983. Educador solidário, comprometido com os velhos mestres da Bahia, se fez acompanhar por eles: Ferreirinha, Bobó, João Pequeno, Bom Cabrito, Mala, Curió, Virgílio, entre tantos outros. Desde 1990 seu trabalho se encontra no exterior, em cinco continentes, onde mantém um projeto de resgate e difusão dos fundamentos da capoeira angola. Muita Honra!!! Viva meu mestre!